quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Uma menina igual a mil (versos)

Há uma amendoeira que beira a minha janela, alegrando os que conversam na sala com o seu remexer. Tentei homenagea-la em versos, sabendo que versos são difíceis e que nunca os havia feito antes. Ficou algo assim:

Um menina igual a mil

Uma menina igual a mil.
Que dorme e amanhece só.
Igual a tantas no Brasil.
Seu silêncio desata tanto nó.

Ah!... quem me dera
Se, do canto da minha janela,
a minha bela tivesse língua para falar
Falaríamos por horas.
Jogaríamos conversa fora.

Olhando da janela
No meio da noite e do luar
O Alec, a Olivia e a Ella
Vêem o seu rebolar

Ela não se veste
Nem se despe por igual
Envelhece como a gente
E quando começa a ficar quente
Renasce triunfal

Em noite ao carnaval
Os bêbados a usam como banheiro
Não faça isso, companheiro
Ela agüenta até vendaval

Esta é a história
Do meu bicho de estimação
Com suas folhas em forma de coração
Às vezes verde
Às vezes amarelo
Se andasse a pé
Andaria sempre de chinelo

Minha companheira.
Minha amendoeira

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